Ecos

Em muitas palavras não ditas
Minha consciência grita em tristeza
Algo que ninguém é capaz de entender
Uma língua apenas falada pelos que entendem o abismo

Pra algumas pessoas é fácil respirar e sorrir
Para outras é doloroso até acordar
O mundo para os que olham pro abismo
É cruel e impiedoso

O medo é o companheiro de todos os dias
A vontade de arrancar essa dor é permanente
Mas como arrancar ou curar algo que não se vê?
Como explicar o que não tem explicação?

Alguns dizem que é bobagem,
Que é só ter força de vontade
Que é só por um sorriso na cara,
Que tudo vai melhorar

Falam porque não sentem
Opinam porque não conhecem
Não sentem na pele
Não entendem porque não sofrem

Eu nunca poderia desejar a alguém
O que passo todos os dias
Eu apenas espero pelo melhor
E me preparo para o pior.

Post mortem

Meu espírito inquieto
Apaga-se conforme as luzes piscam
Me deixando na escuridão
Não tenho alma para redimir

Apenas meus pensamentos
E sinceramente eu não procuro absolução
Sei da maldade que reside em mim
Mas eu não ligo

Você não pode me tocar, sou invencível
Você me faz sentir, como um deus negro
Eu não preciso ser salva
A escuridão está comigo.

Placebo

Até quando tolerar uma dor?

Uma dor que não me pertence

Uma dor que me deixa 

sempre ao ponto de perder a cabeça?

Numa escala de um a dez em dor

Eu vivo, constantemente, no 10

Nunca cedendo, 

Mas nunca bem

Até quando esse buraco vai se expandir?

Esse buraco distorcido e negro

Essa dor que apenas tem curativos,

Band-aids em um ferimento a bala

Que me faz querer cessar de existir

Afastando-me de tudo 

Trazendo duvidas a aquilo que era cristalino

Sombras pra aquilo que deveria ser luz

Não importa se tu estas no meio de um monte de gente

Sempre se sentirá sozinha

Como se o mundo fosse um lugar estranho

Como se você não se encaixasse em lugar algum

Ou talvez, eu só precise dormir...