Aos pedaços

Eu me recuso a aceitar a dor
Escondendo seus vestígios
Fingindo que você nunca existiu
Tentando seguir meu caminho

Eu me despedaço a cada tentativa
A cada tentativa de me manter inteira
Eu continuo tentando e tentando
Do meu jeito, mas todos conseguem ver

As malditas rachaduras
Na minha pele, no meu peito
Nos meus olhos
Na porra da minha fodida alma.

Todas as culpas do mundo
Não são capazes de demonstrar
A dor que eu te causei
Eu só espero que alguém te ame muito mais

Que alguém nunca mais te engane
Que alguém te abrace como se fosse te perder
E não te deixe nunca com falta de carinho
Porque todo o amor dessa vida é teu

E eu me desculpo por ser uma impostora
Queria te dar o céu e as estrelas
Mas eu não tenho nada, absolutamente nada
Como uma concha vazia.

The Last Fox

Entre o sono e a insônia

Vagando pelas madrugadadas

Como uma alma etérea 

Não sou carne, mas existo

Entre o pesadelo e a lucidez 

Andando entre as linhas da sanidade

Eu sou eu, eu sou verdade

Não preciso de nada que não seja meu

Há quem diga que eu não vivo de "verdade"

Eu digo que há muito mais vida nesse meu viver

Do que nessa anestesia constante que é a vida de todos

Dia-a-dia, ano após ano, nunca mudando, apenas envelhecendo

A vida é metamorfose

E a metamorfose é vida

Permanece aqueles que  se adaptam melhor nela

Assim como a raposa que um dia cativaste.