...

O preto é uma boa cor
Expressa tanto quanto qualquer outra
É uma cor triste
Mas ao mesmo tempo ela preenche

A escuridão de um quarto vazio
A ausência de tudo
O medo que engolfa a esperança
Fim de todas as cores

O preto é uma casa abandonada
É a falta ou o excesso de sentimento
É a alegria e a tristeza em uníssono
O fim e o começo.

Desabafo.

A busca pela felicidade, cansa. A tristeza que sai pelos poros, a respiração que se torna pesada, o coração que bate com dificuldade. Tudo isso é muito triste, tudo isso é muito normal, a insatisfação é diária, e pra pessoas como eu, cada único e singular momento de felicidade é necessário. A vida é um fardo, as pessoas não respeitam e não ajudam, a sensação é de que se está contra o mundo inteiro, e que este mesmo quer a sua ruína, sua tristeza e sua aniquilação. Este mundo destrói sonhos, destrói caráteres, destrói princípios, não respeita limites e não dá trégua. Este é o mundo de guerras, de mortes, de destruição, de apocalipse, de barbaridades, é um mundo onde a esperança escapa pelos dedos, a felicidade é uma torneira estragada e a paz a muito morreu. Falta de motivação, estresse, depressão, câncer, paralisia, eutanásia, aborto, coisas que se tornaram comuns, corriqueiras e normais. Vivemos o triste fim dos tempos, fim dos amores, das amizades, das parcerias, dos sorrisos, e da vida. Morrendo prematuramente de doenças que não existiam, mas que com o tempo se tornaram normais. Mortes injustificadas, inocentes presos, bandidos soltos, corrupção, crise econômica, desvio de conduta, falta de justiça. Essa é a história de um mundo que ruma para o seu fim, e que leva pessoas como eu e você, para o mesmo caminho.

Vida Insone.

Emoções saem pelos olhos
Eu vejo o que não quero ver
Ouço o que não quero ouvir
A vida é injusta e complicada

Poesia barata, um café ou dois
E o dia vai, passa voando
Quando se nota, o dia virou noite
E eu me reviro na cama

Nessa vida cheia de falso drama
Eu espero por uma realidade forte
Que me tire dos meus pensamentos
E me faça viver

Eu estou em um sonho eterno
Não tenho esperança, nem rumo
Vivo do incerto
Vago em insônia

Se puder me acorde
Desse sonho insone
Desses dias e noites eternos
Dessa vida sem amores ternos.

Perdendo

Me perco no tempo
O tempo todo
Eu digo: Amor, não vai!
Mas vai ver, foi eu quem fui.

E eu acabo me esvaindo
De mim caindo
Me perdendo 
Por dentro

A realidade é cansativa
Quando se tem pouco tempo
A vida é tão curta
Que eu acho que, já vivi três vezes

Palavras confusas
São como frutas
Passa a validade
E sai tudo mal

Equilíbrio

Doce esperança recai sobre ti
Nos teus braços a segurança
Conforta, acalenta, me faz respirar
Então todo peso se esvai

Agarro-me a ti
Como quem se agarra a um bote salva vidas
Meu alicerce, meu ponto de equilíbrio
Eu nada seria sem esse sentimento

Nada no mundo explica isso
Nenhuma lingua, objeto, ou expressão
O infinito é pequeno, pra tamanho amor
Este que ultrapassa grandes barreiras

Acalma meu mar com teu abraço
Silencia minha mente com teu carinho 
Aquieta meu coração com o teu olhar
E não deixas nunca de me amar

Caindo

A criatura por trás da face
Os ossos por de trás da carne
Disseque minha alma
E só encontrará solidão

O gelo cobre a superfície 
Do coração que um dia bateu
Pequena rainha do gelo
Um dia voltará a ser o que era?

Dias de alegria a muito esquecidos
Ela caiu em desgraça, na dor viciante
Em estado de desesperança constante
Viaja em sentimentos envelhecidos

Seguindo o coelho tristonho da depressão
Se afundando cada vez mais nessa lama cruel
Onde cura não há
Apenas prorrogação de um fim macabro

Tiro no Escuro

Eu tenho vivido no escuro
Em dor e desespero
Perdida e rezando por salvação
Uma chance em um milhão

Gostaria que isso tivesse fim
Essa tristeza que me persegue
Até em momentos alegres
Sinto-me desfalecer

Como mil pétalas de rosas mortas
Ressecadas e sem força para continuar
A vitalidade lhes carece, assim como em mim
Vivemos e morremos nesse vácuo sem sentido

Talvez se eu tivesse buscado
Tivesse encontrado o sentido
Para tamanho fardo e peso
Carregado por mim

Feridas

Café frio
Livros espalhados
Olhar sombrio
Sonhos desesperançados

Quanto é preciso lutar
Pra ter minha vida de volta?
Para que a luz volte  aos meus olhos?
Para que a tristeza se vá para sempre?

Até quando isso vai durar?
Lutando todos os dias para abrir os olhos
Levantar da cama, comer
Estudar

Até quando tudo tem de ser tão puxado?
Tão dolorosamente difícil
Tornando tudo insuportável
Até que meu grito seja revelado... 

Falsas Identidades

As lágrimas caem
O vento sopra frio
Você tem ideia da dor?
Ou pelo menos imagina como seja?

A única pessoa que eu não esperava
Me desapontou a beira da insanidade
O que vou fazer com minhas peças quebradas?
Você me quebrará mais?

Continuo fazendo esse mosaico do que eu fui
Mas certas peças estão quebradas demais
O que eu faço agora?
Para onde é que eu fujo?

Nesses momentos eu costumava correr pra você
E agora eu fujo de você
Desviando os olhos, com medo das reações
Porém a culpa recai sobre mim

Eu sinto dor mas não posso reclamar
Choro mas não posso contar
Porque nessa história
O monstro eu me tornei.

A Procura

A todos que não acreditam
E aqueles que ainda não desistiram
O amor é um caminho espinhoso
Irá você entrar neste vale tortuoso?

Eu sou a prova viva
Das falhas e decepções
Mas também sou prova da esperança
De que nada termina igual

Sem dor não há amor
E vice e versa
O que seria a vida sem esse temor?
Uma patética névoa

Todos procuram alguém
Que lhes completem
Que lhes preencham
O que você procura?

Pecados

É muito tarde, chegou longe demais

Nós forçamos a barra baby

E agora se esforçar tanto faz

Você teve a ideia errada, não sou nenhuma lady

Sou uma pecadora que carrega sua cruz

Procurando pela redenção de seus olhos

Mas até você me condena, não?

Quisera eu que tudo isso fosse diferente

Porém não é

Tarde demais para arrependimentos

Nunca disse que era santa

Você procurou em mim o que jamais iria encontrar

O pecado mora ao lado

Julgada por todos, mas isso não é novidade

A vagabunda, a puta, a imoral, a infiel 

Sirva-se e me chame do que quiser

Nada do que você fizer me machucará mais

Meu coração é revestido de espinhos

Eu convivo com a dor todo dia, criança

Faça seu pior, e ainda será menos do que eu sofro

Maldição

Procurando alguém que me veja
Que me enxergue como sou
Para aquele que fui a única
Hoje uma estranha sou

Neste mundo cheio de maldições
A minha é ser invisível 
Nada de bruxas, ou alçapões 
Mas sim algo totalmente previsível

Num mar de gente, eu sou gota
Que se evapora e chove
E na tempestade eu sou a garoa
Caindo leve e suave

Frágil e esquecida
Sempre será assim
Esse é meu começo,
Meio e fim.

As lembranças atormentam
Pelo presente tortuoso
E o futuro incerto comentam
Todas as lágrimas que olhos podem ter

Todas as palavras de poder trancadas na garganta
O coração ruge como um leão
Mas a cabeça diz não, não
Então meu corpo nem mais levanta

A tristeza sentou-se em meus ombros
Solidão se instalou dentro de mim
Estou no meio da multidão
E me sinto mais vazia que um balão

Há poder para mudar
E muita falta de amar

Avisos

A cada despedida eu escuto
O som das sirenes cada vez mais perto
E quando penso que estamos seguros
Eu sinto o tremor abaixo de nossos pés

Então como se tudo fosse desabar
Lá estão elas novamente, 
Tocando alto e claro
Me assustando até no mais calmo momento

Não existe amor sem medo
Não existe perda sem dor
As vezes nos sacrificamos 
Por algo que realmente vale a pena

O amor é um palpite
Uma tentativa e erro
Um jogo no qual você sempre se machuca
Ou perde tudo

Eu Quero Sentir

Meu coração anseia por amor
Do tipo que só existe em livros 
Eu quero ser amada de verdade
Não como esses casais convencionais

Eu espero por tanto tempo
Me magoo ainda mais por isso
Toda tentativa é uma decepção
Cada declaração uma frustração

Porque ninguém nunca vai me amar daquele jeito
Nunca vai me fazer perder a cabeça e cometer loucuras
Eu não quero um amor tranquilo
Quero chamas e inquietude

Quero sentir em minhas veias
Esse amor pulsando
Me fazendo perder o sono
E a minha maldita mente.

Exaustão

Eu estou oca e seca
Não sinto meu coração
Fui levada a exaustão
Cansaço sentimental

Tentei tão bravamente
Mudei radicalmente
Um 360 no meu pequeno mundo
E agora estou aqui neste poço
No fundo

Nesse universo louco
Onde o amor é pouco
Eu tentei amar e viver
Mas as vezes não é conciliável 

Então você pega sua alma e esconde
Pega sua essência e guarda
Como uma forma de proteger
Proteger o que ainda vale

Insano Giro

Uma caixinha de música quebrada
Toca as notas tristes de uma canção
Enquanto a velha bailarina 
No meio gira, como se estivesse quebrada

As lágrimas correm e escorrem
A maquiagem borra o rosto
Que um dia ja foi resplandescente
E agora apenas mostra um monstro

Nesta mascara agonizante de dor
Os gritos dessa alma perdida ecoam 
E por todo o seu corpo reverbera
A depressão que nessa mente se prendera

Devaneios Sobre a Dor

Olá dor, velha amiga
Depois de tanto tempo
Você ainda continua ai
Instalada em meu peito

As vezes fica muda
Outras grita e me enlouquece
Não és de todo inútil 
Aprendo muito com cada grito

E quando estas a gritar
O choro rola por meu rosto
Mas sempre tem motivo
Para tanta histeria sua

Velha companheira
As vezes queria que morresse
Assim eu estaria livre
Para fazer amizade com a felicidade

A Prova

O tempo passa por nós
Como uma brisa suave
Não sentimos o peso dos meses
Porém sentimos a intensidade do amor

Tudo foi posto a prova
Queimou até virar cinzas
Renasceu na esperança
Afastou as nuvens esparsas 

Não haverá chuva
Enquanto o sol brilhar
Não te faltará amor
Se eu continuar a te amar

Então eu não te deixarei ir
Se você não me abandonar
E juro sempre te fazer sorrir
Fazendo dos meus abraços seu lar

Cisne Negro

Em suas costas asas negras crescem

Perdida em um redemoinho de dor

Nos seus olhos lágrimas 

Manchando o rosto e a alma

Num misto de angústia e culpa

Ela renasce, tão triste, tão pura

E os ecos do passado soam

Como notas de um piano quebrado

Ao som destas notas

Ela dança, como uma boneca quebrada

Suas grandes asas negras batendo

Como um triste cisne, renascendo

Alquebrada, e gelada

Ela não sente mais

E o que um dia foi dor pura

Agora não é mais nada.

Folhas de Outono

As folhas do outono caíram
Tudo acabou, a brisa se foi
Aqueles que se amarão
O tempo corroerá 

Nada prende ninguém 
O que sobra é apenas dor
E o familiar vazio
No peito que um dia alegre foi

Agora tudo se complica como nós
Entrelaçados e magoados
Desconfiados e ameaçados
Então restaremos aqui à sós

E nem mil sóis poderam iluminar
Essa escuridão que nos acerca
Adentrando esse medo escuro
Enxergo minha mente e sentimentos

Agora eu compreendo
Nada irá iluminar
Essa escuridão que em mim reina
Domina-me e aprisiona.

Barco Errante

Eu sinto em minhas veias

O veneno que eu tomo

Todos os dias

Então os químicos eu não domo

As vezes eu só quero viver de sonho

Não acordar, não ter que sentir dor

Mas então eu lembro tristonha

Que não existe vida sem esse ardor

Cada vez que eu tomo eles

Eu os sinto me envenenando

As vezes penso que a liberdade está no fundo de uma garrafa

E com seu liquido afrouxando

As vozes na minha mente dizem que passei do limite

O efeito me chuta o traseiro

Como a bota de um policial em riste

E então eu estou de novo sem paradeiro

Volte

Em partida de repente

Meu coração cai em  abismos

Quando não estás em minha mente

Estás em meus sonhos

As vezes te escuto falando

E parece a primeira vez

O coração aperta

E do nada, tudo se refez

Então de onde quer que você esteja

Volte, meu amor

Eu te sinto tão perto

Então, volte amor

        As coisas podem não nos matar, mas não quer dizer que nos faram mais forte, muitas vezes o que não nos mata nos rasga, e deixa em pedaços por dentro. Só porque  não é visto não quer dizer que não é sentido, chorar o tempo todo enche o saco, ninguém tem paciência, dói a cabeça, ardem os olhos e o peito dói, então muitas vezes é melhor simplesmente deixar ali, guardar, não mexer naquela tristeza inútil, não estou dizendo pra deixar de senti-la, mas sinta só, aprenda a guardar o pior pra você. Nem todos vão entender, nem todos vão querer entender. Por isso que o que não te mata não te deixa mais forte, o que te deixa mais forte é a capacidade que você tem de aguentar as próprias tristezas e merdas sozinho. Porque afinal contar com os outros o tempo todo só mostra o quão fraco você esta se tornando, e em breve as pessoas te deixam pelo fato de que você nunca está bem. As pessoas só precisam de você pelos bons momentos, e pelos bons proveitos que podem tirar de você, até mesmo o seu melhor amigo vai te trair um dia, confiança não existe, é algo que inventaram pra coodependencia e aproveitamento mutuo. Todos temos um interesse, não importa se é nobre ou não, até mesmo a mais altruísta das pessoas faz uma boa ação por egoísmo, faz para se sentir bem. Altruísmo não existe. Acredito que a única coisa que nos torna humanos é o fato de dependermos uns dos outros, não interessa o motivo, e se é por egoísmo, interesse ou simplesmente por querer estar junto. A confiança é algo tão fino quanto um fio de cabelo, a maioria das pessoas simplesmente não confia, eu sou uma dessas, não confio em ninguém. Já confiei, mas como eu disse, essa linha é tênue. Acredito no sentimento entre as pessoas, mesmo sem confiança, cabe a cada um aceitar todos estes fatos a respeito um do outro.

" - Você está vendo algo aqui que pode ser salvo? Desde que a vagabunda ingeriu as drogas enquanto eu estava pra nascer, não há mais salvação. Eu tentei durante anos lutar contra isso, mas não há contra o quê lutar. Quanto mais se luta, mais se afunda. É melhor me deixar em paz."

Paz

Eu andei pensando em me esconder
Em voltar para o meu casulo
Onde nada me atinge, nem me aborrece
Mas acho que meu casulo se quebrou

Tentei permanecer forte
Sabe, como eu era antes
Mas tem certas coisas que não voltam
E as vezes a felicidade é uma delas

Não adianta quanto esforço é posto
Nada pode manter a paz indefinidamente
E só a paz, só ela pode trazer meus sorrisos
E dias felizes , completamente

Cópias

Seus pais te dizem, seja bom
A sociedade te diz, esteja no padrão
Mídia te fala para entrar no padrão de beleza
Seus amigos te influenciam para o bem ou para o mal


Você só é mais uma alma perdida
Tentando se encaixar no padrão de todos
Ser a mais bonita, inteligente e correta
Quanta idiotice e padrões tolos

Mas você sofre, tentando se encaixar
Em uma sociedade de merda
Que vive pisando em seus próprios princípios 
Vivendo na mesma deformidade dessas cópias baratas

Você não entende porque te chamam de cópia?
Olha por ai, tem mais duzentas de você
Agindo igual, pensando igual, e sendo influenciadas igualmente
Acha que consegue aguentar?

Negação

Marionetes presas
Em linhas que levam as suas mãos
Você me tornou um robô
Criada para o seu próprio contentamento

Perdi a conta das segundas chancesn
De quantas vezes pedi perdão
Pelo orgulho que cega e alimenta
O grande ignorante dentro de você

Talvez as verdades não pecisem da sua cresnça
Mas eu me prendi tão firme a você
Eu não vejo nada, tudo o que eu sei é você
Atém mesmo meu reflexo  é você

Inavegável perda de identidade
Quem sou eu?

Cinza

O som da chuva caindo
A tristeza que paira no céu cinzento
Os acordes melâncólicos dessa música
O Cálido som da sua voz

Tudo transforma esse dia
Em um dia terrivel e solitário
Como a brisa invernal fria
Sem um único abraço solidário

E todo e qualquer olhar pela janela
Se torna triste e doído
Como um pintor sem sua tela
Soa solitário, e é como tem sido

Você liga pra minha dor?
Sente a minha falta?
Ou apenas fui mais um calor
Que agora já não escalda?

Perigo

Não interessa o que eu diga
Não interessa o que eu faça
Eu sei como isso irá acabar
Estou terminando com isso agora

Antes que tudo comece
Eu sou perigosa pra você
Como lixo radioativo
Minhas promessas machucariam você

Meu amor é destrutivo 
Como um tornado deixando destroços
Nada sobraria, você seria uma sombra
Então esgotado você desistiria

Seu amor é doce e frágil
Dê a alguém que o mereça
Eu não sou digna de nada
Apenas me esqueça

Açúcar? Oh, sim.

O que eu procuro, sim
Um pouco de açúcar
Talvez sua simpatia
Estar onde você está

Preciso de um pouco de doçura
Nessa amarga vida querido
Você virá para me adoçar?
Açúcar? Sim, por favor

Um café e um amor quentes, talvez
Eu preciso ser amada, 
Imediatamente amada 
Por algo que me fez e desfez

Apenas quero me afundar nesse amor
Nessa louca mistura de emoções
E provar este doce sabor
Que traz todas essas sensações

Sim ou Não?

Confusão, tesão e tristeza
Tudo em um turbilhão
Uma em um milhão
Fez de mim toda aspereza

Hoje em desacordo com o coração
Briguei com o mundo, menti pra mim
Me confundi com a multidão
Deixei um poema sem fim

Existe amor em mim?
Ou só dúvidas restaram?
Tudo terminará assim?
Ou o romance terá continuação?

Perturbada, aturdida e perdida
Eu me desfiz em mil cacos
Me coloquei em milhões de frascos
Para poder reerguer a lua caída

Perfurada

Cerrei meus punhos
Me debati, me contorci
Fechei com força os olhos
Escorreram as lágrimas

Mais de uma vez
De novo e de novo
Como agulhas tatuando
Uma nova dor em mim

Pacientemente eu tento
Lidar, sozinha, sempre sozinha
Com essas dores de abandonos
Hora ou outra, vou acostumar

Correntes

Você me prende em correntes
Em correntes com seu amor
Mas eu não sei se mudaria isso
Nossa história de amor escravo

Muitas vezes tentei quebrar essas correntes
Mas elas apenas me partiram ao meio
Porque no fim disso tudo
O amor que começou ainda é o mesmo

É como se eu te desse meu coração
E você quisesse minha alma
Querendo sempre mais e mais de mim
Estou perto do meu limite

Essas correntes, tão apertadas
Machucam não só o coração
Eu ja não tenho mais liberdade
Estou acorrentada e machucada

Avalanche

Como uma cidade destruída

Em ruínas, é como me sinto

Pega no meio de um tornado

Atirada no meio de uma avalanche

Me estilhaçando em mil cacos

Tentando me refazer dos destroços

Nesse caos excruciante

Não há alma que possa e que levante

Eu não darei mais um passo

Se é certo ou errado,

Eu estou no fundo do poço

Sou mais um ser humano ferrado

Eu cruzei a linha de fogo

E agora estou na mira das bombas

Não espero a redenção logo

No fim todo mundo tomba 

Cicatrizes

Perseguindo as folhas soltas no vento
Eu me sinto perdida nesse instante
Porque em alguns agudos segundos de dor
Tudo gira e gira, caindo em espiral de repente

E logo, em seguida, em frente
Há algo, algo que não pode ser rompido novamente
Pois ja foi estilhaçado mil vezes
Na vida ja teve seus reveses

O coração que um dia bateu limpo
Agora sangra por qualquer fissura
E tudo o que um dia ja foi lindo
É possuído por hora por pura amargura

Nuvens

Minha vida virou de cabeça pra baixo
E você é o ponto mais alto dela
Justo agora que eu preciso de alguém junto
Você vai, me abandona, me deixa pra trás

Então tudo fica azul, aquele azul triste
E as nuvens parecem tão pesadas
Será que no meu céu vai permanecer esse azul?
Preciso de você aqui, pra tudo ficar bem

Para afastar essas nuvens pesadas
Do meu céu imensamente triste
Quero andar de mãos dadas com você
Dormir ao teu lado e a ti pertencer

Não há ninguém aqui agora 
Para me fazer sorrir, como você faz
E então eu fico tão pra baixo
Pensando quanto tempo vai demorar

Você é minha luz nessa montanha escura
O meu sorriso em um dia triste
E quando você não está
Fico pensando se vai voltar.